É possível ser gentil, amável e generoso em uma sociedade competitiva, caótica e violenta como a nossa?
Embora seja muito difícil, um homem provou que é possível sim, este homem se chama José Datrino ( YCafelândia, SP, 11/04/1917 - Mirandópolis, SP, 29/05/1996 ) e responde pela alcunha de Profeta Gentileza.
Figura conhecida pelos cariocas que passavam pelo centro do rio, ele deixou sua obra em 56 pilastras que sustentavam o elevado do Gasômetro (elevado bem parecido com o elevado Costa e Silva, o Minhocão em São Paulo) nestas pilastras Gentileza escrevia mensagens de amor, paz e críticas sociais, fazendo esse cenário urbano carioca, uma galeria de arte voltada a boa prática do amor e desprendimento material.
Gentileza usava longa barba branca e túnica, ficava em meio á multidão pregando sua filosofia e motivando a todos a aderirem as atitudes altruístas e amorosas. Antes de se tornar pregador, José Datrino era empresário, e após a tragédia ocorrida no Grand Circus Americano que num incêndio matou mais de 400 pessoas em sua maioria crianças, se mobilizou desprendendo-se do mundo material para pregar a gentileza no mundo.
AGRESSÃO AO MONUMENTO DO AMOR
Atos de vandalismo e ação do tempo destruíram as mensagens feitas nas pilastras, então a prefeitura resolver pintar de cinza as colunas de Gentileza, isso teve um impacto muito polêmico e por uma iniciativa dos órgãos de cultura da prefeitura e outras entidades, foram resgatadas as obras e tombadas como patrimônio histórico. Entre tantos artistas que se mobilizaram contra a pintura que dava o fim ao monumento de Gentileza, Marisa Monte em uma canção expressou o sentimento do povo carioca que aprendeu a ser mais bondoso, humano e gentil com as lições do poeta.
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